Compor é como decifrar um sonho de forma muito lúcida. 

Nasci nas margens da poesia. Fui benzida pelos palcos do teatro baiano. Canto o agreste, canto a fé que vem do Senhor do Bonfim, canto as feiras de interior, as vaquejadas. Canto também o sol que me dá vida, as águas que me refrescam. Canto o drama, canto a vida, a paixão, canto o meu corpo de mulher. Descobri que sou cancioneira desde o berço e que os versos, a cena, o palco e a minha voz são maiores que eu. 

Meu repertório é a musicalidade brasileira contemporânea e a minha poesia autêntica. É visceral e também faz brilhar. 

Gosto de pensar que fui escolhida pela música como acontece aos pescadores e marinheiros quando estão em alto mar. Desde os palcos do teatro, das salas de ensaio, dos versos, das histórias e poemas que com tanto zelo escrevi, é na união destas formas de expressão que a música encontra a liberdade maior. Da necessidade vital de estar em cena, da necessidade vital de escrever, da necessidade vital de cantar, olho para quem sou e sem temor faço nascerem as minhas músicas. 

Estou pronta para os começos e recomeços que hão de vir. Desejo nada mais do que a chance de tocar a vocês ao dizer bem alto a minha verdade.